Greve dos trabalhadores não docentes deixa milhares de alunos sem aulas

por RTP
Nuno Patrício - RTP

A greve dos trabalhadores não docentes obrigou, esta sexta-feira, ao encerramento de várias escolas de todo o país e deixou outras com dificuldades. Os auxiliares de ação educativa exigem melhores salários e condições de trabalho.

Milhares de alunos não têm aulas esta sexta-feira devido à greve dos trabalhadores não docentes.

O protesto foi convocado pela Federação dos Sindicatos dos Trabalhadores em Funções Públicas (FNSTFPS), que exige a criação de carreiras especiais, aumentos salariais e melhores condições de trabalho.

A FNSTFPS pede também uma revisão da portaria de rácios que aumente o número de trabalhadores, defendendo que é preciso desenhar uma portaria que "não seja baseada em princípios economicistas mas sim em números reais para que a escola pública possa ser de qualidade".
Só na região centro, pelo menos 37 escolas e agrupamentos estão encerrados. Segundo o coordenador do Sindicato dos Trabalhadores em Funções Públicas e Sociais do Centro, Carlos Fontes, além das escolas que o sindicato já tinha a confirmação de estarem encerradas às 09h00, haverá estabelecimentos escolares que irão fechar “à hora de almoço e muitas delas vão encerrar antes, porque os diretores acabam por ver que não há condições de trabalho nem de segurança para os alunos”.

“Portanto, há muitas escolas que ainda estão a funcionar, debilmente, mas que, entretanto, encerram”, afirmou.

“Como o Ministério [da Educação] não dá satisfação nem em termos de carreira nem em termos de valorização salarial, estes trabalhadores tiveram de recorrer à luta e, se nada for resolvido, mais luta haverá certamente”, asseverou Carlos Fontes.


Em Gondomar, a greve obrigou ao encerramento de cinco escolas do Agrupamento Dona Mafalda, deixando mais de dois mil alunos sem aulas. O sindicato exige a contratação de pelo menos mais 15 operacionais para este agrupamento, que atualmente conta apenas com 70 assistentes operacionais.
No Porto também estão fechadas as escolas Escola António Nobre e Filipa de Vilhena, e em Vila Nova de Gaia, a Secundária de Canelas.

Orlando Gonçalves, do STFPSN, lamentou à agência Lusa que não tenha havido uma reunião com o Governo antes da negociação e aprovação do Orçamento do Estado.

Segundo Orlando Gonçalves, estava agendada uma reunião entre a tutela e os sindicatos para 28 de agosto, mas esta "foi desconvocada pelo ministro que não voltou a marcar data". O dirigente sindicalista apontou o dedo à "injusta desvalorização" desta classe profissional.

Após uma concentração em Rio Tinto, no concelho de Gondomar, dezenas de trabalhadores não docentes do Norte seguiram de autocarro para Lisboa, onde vão participar na manifestação marcada para o início da tarde desta sexta-feira junto à Basílica da Estrela. Segue-se depois uma marcha até ao edifício do Ministério da Educação, Ciência e Inovação.

c/ Lusa
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